Meu nome é Ariela Rocha da Silva, 38 anos, mineira, mãe de um menino de 7 anos muito carinhoso, sou psicóloga desde 2022. Atuo como psicóloga no Núcleo Margaridas da Microrregião Litoral Sul de Anchieta/ ES, minha atual cidade. Desde então, tenho trabalhado com mulheres vítimas de violência doméstica.

Gostaria de usar esse espaço para ajudar cada uma de vocês que vivenciaram ou estejam vivendo algum tipo de violência a ressignificar a sua história, trazendo reflexões e experiências de inúmeras mulheres atendidas, através da escuta ativa e qualificada.

Vivenciar o dia a dia com essas mulheres me fez refletir que somos capazes de superar desafios e violências, muito além do que imaginamos. Ouço relatos de mulheres extremamente sofridas, sozinhas e totalmente perdidas, desejando apenas serem ouvidas.

Que esse espaço possa trazer reflexões, pensamentos que venham fazer algum sentido para sua vida. Em meus atendimentos percebi que muitas mulheres estão em busca de relacionamentos maduros, sinceros e profundos, não superficiais, mas o que presencio são “homens” destruindo mulheres, sua autoestima e seus sonhos.

Muitas mulheres já não acreditam em relacionamentos verdadeiros ou acabam sendo vítimas mais uma vez e muitas se sujeitam a viverem todos os tipos de violência, como a psicológica, física, patrimonial, moral e sexual. E nem sempre as vítimas conseguem identificar as violências em sua rotina diária.

O Brasil registrou, no ano de 2022, 1.410 casos de feminicídio. Em média, uma mulher foi assassinada a cada 6 horas no país por ser mulher. Os números são do Monitor da Violência, do portal G1 e do Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV-USP).

No próximo texto, vou abordar cada um dos tipos de violência e suas nuances, conforme a Lei Maria da Penha (11.440/06), em vigor desde 2006, que classifica esses atos praticados por companheiros ou familiares, fazendo milhares de vítimas no Brasil.